domingo , maio 19 2024

Em noite fria, servidores dormem sem cobertor e alegam proibição da polícia

Mesa Diretora garante que não há proibição a entrada de alimentos e cobertores para grevistas

Vinícius Lemos
RD News
Os servidores da Educação, que ocupam a galeria da Assembleia, afirmam que foram impedidos de receber cobertores durante a noite de quinta (25). Na tarde desta sexta (26), informaram que também tiveram dificuldades para conseguir o almoço.
Segundo a categoria, os policiais que fazem a segurança da instituição estariam impedindo a entrada de itens aos manifestantes.
Em greve desde 27 de maio, os professores, que estão com o ponto cortado desde o início da paralisação, montaram acampamento na Assembleia para pedir que tenham as reivindicações atendidas pelo governo. A principal pauta da categoria é a concessão da Lei de Dobra do Poder de Compra, 510/2013, que prevê reajuste de 7,69% à categoria neste ano.
Eles ocuparam a sede do Legislativo estadual na noite da última terça (23). Na data, o presidente da Assembleia, deputado Eduardo Botelho (DEM), e outros representantes da Mesa Diretora asseguraram que não seria impedida a entrada de mantimentos e materiais aos servidores – veja documento abaixo.
No entanto, conforme relatos de servidores, policiais que reforçam a segurança, em razão da presença dos manifestantes, impediram que cobertores, agasalhos e colchões fossem levados durante a fria noite de quinta.
“Foi a noite mais fria de minha vida. Acampamos na Assembleia, 14 graus na madrugada. Impediram a entrada de nossos cobertores. Nem meus cachorros ficariam sem coberta numa noite fria. A sociedade calada. Nosso salário tirado. E a gente no frio”, desabafou a professora Nelba Andrade, em texto compartilhado em aplicativos de mensagens.
De acordo com o Sintep – sindicato que representa os servidores da Educação –, no fim da manhã desta sexta os policiais que estão na Assembleia também impediram a entrada de almoços que são entregues pelo sindicato para os manifestantes.
“Os policiais comunicaram que não deixariam entrar o almoço e que quem descesse da galeria para comer, não poderia retornar. Tivemos de conversar com o comando da Polícia Militar e só liberaram a entrada das refeições às 14h20”, relatou o presidente do Sintep, Valdeir Pereira.
Segundo Valdeir, não foi apresentada nenhuma justificativa para impedir a entrada de alimentos e das cobertas. “Não sabemos se isso foi ordem da Assembleia ou se foi um comando dos próprios policiais. Mas há um documento no qual o presidente assegurou que não iria impedir a presença dos professores na galeria e também não impediria a entrada de alimentos ou outros itens necessários”, afirmou.
Outro lado
O deputado João Batista Pereira (PROS), membro da Mesa Diretora, informou ao RD News que comunicou a situação dos manifestantes aos outros parlamentares. Segundo ele, a deputada Janaína Riva (MDB), vicer-presidente da Assembleia, afirmou que não havia nenhum impedimento para a entrada de itens aos servidores. A reportagem procurou o presidente Eduardo Botelho, mas ele não atendeu as ligações.

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